Em outubro de 2003, a Nokia colocou no mercado o N-Gage, misto de celular, videogame e MP3-Player. O aparelho era poderoso, a empresa estava no auge da sua popularidade e a ideia parecia boa, mas havia um detalhe bizarro: o jeito de segurar o gadgets na hora de fazer ligações.
Com configurações para bater de frente com o Gameboy Advance, da Nintendo, o N-Gage usava cartões MMC com cartuchos para os jogos e permitia a realização de partidas multiplayer via Bluetooth ou pela internet. Até aí tudo bem, mas duas apostas muito infelizes dos designers da Nokia sabotaram esse projeto ambicioso e colocou o gadgets no Hall da Fama dos piores produtos já projetados na história.
A mais importante falha do N-Gage era o modo de fazer ligações. Era preciso segurar o aparelho de lado e encostar o rosto na extremidade inferior do aparelho. A situação foi tão bizarra que virou um meme da internet e motivou milhares sátiras (quem pensa que o planking foi a primeira coisa estúpida envolvendo blogs e fotos, se engana!).
Outro tiro que a Nokia deu no próprio pé foi a posição do slot do cartão de memória. Era preciso remover a bateria do aparelho para trocar de jogo. Nada prático.
Para completar o fiasco, o N-Gage custava bem caro. Aqui no Brasil, ele chegou custando 1.799 reais. Se hoje parece caro, imagine em 2003!
Além dessas pataquadas, a Nokia não conseguiu empolgar os desenvolvedores de jogos. Lançado com uma biblioteca de 15 títulos, entre eles Tomb Raider e Sonic, o N-Gage não chegou a ser encarado seriamente como uma plataforma. Nesse caso, a culpa nem foi completamente da fabricante finlandesa. Na época, o mercado de celulares era muito pulverizado e as criadoras de games rebolavam para tentar atender o maior número de aparelhos possível. Mesmo desenvolvendo em Java, compatível com os melhores aparelhos, era difícil demais adaptar os comandos para as diferentes configurações de teclas, telas e processadores. Eram tempos difíceis, nem Angry Birds faria o mesmo sucesso.
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