sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Artigo - Como nascem os animes

Há basicamente 4 formas de uma anime 'nascer', e qual caminho levou a isso costuma influenciar bastante no estilo e até qualidade da coisa. São esses:

  1. Mangá - Essa é a origem mais comum. Os mangás são uma tradição entre os japoneses, e há publicações voltadas tanto às crianças, adolescentes quanto aos adultos (claro que a temática das histórias varia de acordo com a idade do público alvo). As editoras estão constantemente pesquisando o que está fazendo sucesso e o que não está, se não não estiver é cancelado na maior (dá-se de 1 a 4 publicações no máximo pro mangaká inventar algum final e é isso), mas se faz sucesso o normal é virar anime. E é aqui que costuma nascer o problema...

    Além da transição de portar de uma mídia para outra já ter suas próprias dificuldades ( alguém imagina o Wolverine do cinema de colant amarelo? ) que levam a adaptações, normalmente o mangá ainda está em andamento quando o anime começa a ser exibido. Um episódio semanal de anime de um mangá também semanal costuma abranger 5 ou mais capítulos, ou seja, a tendência é alcançar bem rápido e os desenhistas ficarem com o cu na mão, e isso leva a darem um 'jeitinho'.... Além disso, muitas vezes tem algum bichão na direção do anime que acha que pode fazer melhor que o criador da criatura, e resolve dar seu toque especial à série e isso costuma gerar atritos, muitas vezes apenas com os fãs mas chega ao ponto do próprio autor bater o pé e dizer "mas que MERDA foi essa que fizeram com minha história???"...

    Os animes adaptados de mangás costumam se relacionar da seguinte forma:
    a) Casamento Feliz: o anime consegue ser melhor que o mangá, não porque é animado mas por conseguir contar a história de um jeito melhor ou passar a atmosfera de uma maneira mais sensivel. Muuuuuuuito raro mesmo, eu só conheço o caso de Elfen Lied. (  um review sobre esse anime em breve ) e Saint Seiya - Saga de Hades: Santuário.

    b) Namoro : o anime é uma cópia exata do mangá, não acrescenta mas também não tira nada (ou quase). Normalmente é um remake de um c), onde o author bateu o pé e conseguiu que a coisa fosse refeita como se deve, embora haja casos de simples boa (ou má, neh CDZ - Hades) vontade do estúdio. Exemplos: Hellsing, Fullmetal Alchemist: Brotherhood, Saint Seiya - Saga de Hades: Inferno e Elísios, Saint Seiya - The Lost Canvas, Dragon Ball, Yu Yu Hakusho.
    c) Traição, divórcio e uma penca de filhos: o diretorzinho do anime resolveu chutar o pau da barraca, mudou boa parte da história, acrescentou um bocado de suas próprias fezes e ainda criou um final que só ele acha bom. Junte a isso um fabricante brinquedos e jogos sedento por dinheiro e você terá o cenário completo. É o destino usual quando o mangá é alcançado pelo anime e o estúdio não quer parar de ganhar dinheiro, chega pro diretor e diz "faz o que quiser e puder, se der merda a gente lança denovo mais na frente e ganha mais dinheiro ainda!", e quando dá merda ou acaba o dinheiro o cara inventa um final, normalmente tosco e que não finaliza nada. Não que os animes nessa situação sejam obrigatoriamente ruins, mas se você gostou e resolve ler o mangá depois, vê que ele é muito melhor e acaba dizendo "PQP SE PODIA SER ASSIM, PQ FIZERAM AQUELA MERDA NO ANIME!?". O que costuma foder tudo são os fillers: histórias inventadas pela turma do naime (e não o criador da série) para dar tempo do mangá andar à frente. Exemplos não faltam: Saint Seiya clássico ( nosso querido CDZ ), Dragon Ball Z, Bleach, Naruto, Love Hina, Rosario Vampire...


  2. Light Novel - É um livro ilustrado: um bocado de texto ( como um livro normal ) e aqui acolá tem umas páginas com ilustrações dos personagens pra ajudar o leitor a visualizar a coisa melhor.
    As histórias costumam ser mais dramáticas e/ou românticas ( não existe Bleach's me light novels até onde sei ), e talvez pelo ritmo de publicação ser mais tranquilo ( costumam ser mensais ou bimestrais ), o anime acaba acompanhando o pique, já que o leitor está acostumado a esperar. Em vez de encherem de fillers ou inventarem finais, simplesmente o estúdio espera ter história o suficiente para outra temporada, e muitas vezes o autor participa da produção do anime, às vezes até melhorando certas passagens da história. No geral são adaptações melhores que a obra original, ou quase isso. Acabam gerando um mangá (normalmente meia boca) após fazerem sucesso.
    Exemplos: Toradora, Zero no Tsukaima, Shakugan no Shana.

  3. Produção Original - Não confundir com OVA (original video animation), que costumam sem episódios extras de séries já existentes. No caso, me refiro a animes que não tiveram uma origem em outra mídia, ou seja, não são adaptações e sim produções pensadas e trabalhadas desde a concepção com o foco em anime. Devido a isso, não há problemas com fillers, adaptações forçadas nem adiamentos. A produção costuma ser mais caprichada e a história mais séria, complexa ou 'viajante'. Geralmente, após o sucesso, acaba gerando mangá e/ou light novels que recontam a história com algumas mudanças. Na minha opinião é a melhor das 4 origens de anime, e não por acaso gerou alguns dos maiores sucessos de público e crítica, mas claro há ovelhas negras... Exemplos: Neon Genesis Evangelion (próximo review!), Code Geass, Death Note, Dragon Ball GT ( beeeeem negra ).

  4. Adaptação de filme, seriado ou quadrinhos americano: essa é a forma mais recente, os primeiros casos devem ter menos de uma década. Os japas são tão ou mais bebedores da cultura americana do que nós - com a diferença que eles não jogam a cultura nem idioma deles no lixo que nem a gente. Por isso acaba acontecendo de algum autor/diretor/produtor influente ser fanático por alguma franquia e lançar em anime com seu 'toque especial'. Como é algo feito de fã para fã, a qualidade e o 'espírito' da obra original costumam ser bem respeitdas. Exemplos: Supernatural, Batman: Gotham Knight, X-Men.

Bom ficou meio extenso mas acho que consegui passar a ideia da coisa, espero que tenha sido interessante. ^_^

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