Uma das relíquias que podem ser encontradas nas prateleiras da casa em que Tom reside, em Maceió, é o videogame russo Eletronika Video Sport. “Ele foi fabricado em 1983, no auge da Guerra Fria. Como a Rússia não podia importar produtos americanos, eles fabricaram o Eletronika para suprir o mercado interno”, disse.
“Eu encontrei ele em um site de vendas na internet e logo dei um lance para comprá-lo. Ele fazia parte de um museu de aparelhos eletrônicos da Guerra Fria que foi fechado, então estava em bom estado de conservação. O manual dele é todo em russo e é difícil achar na internet instruções sobre como jogar”, completou Tom.
Outra raridade da coleção é o console americano Channel F, primeiro videogame de cartuchos do mundo. “Antes os jogos eram embutidos no próprio videogame, o que era considerado arcaico, pois quando zerava o jogo, não havia outras opções. Esse videogame foi uma inovação para a época”, disse. “Ele foi fabricado entre 1974 e 1975, não há outro exemplar aqui em Alagoas”, destacou.
Paixão por games começou na infância
A paixão pelos games começou quando Tom ganhou, aos oito anos de idade, seu primeiro videogame, um Atari fabricado na década de 1980. “Ele era o jogo da época. Depois cheguei a ter um Super Nintendo e um Mega Drive. Mais tarde comprei a versão anterior ao Atari, o Atari Pong”, afirmou.
“Meu pai trabalhava com informática e mexia com programação, então eu cresci nesse ambiente de eletrônicos. Com 15 anos ganhei meu primeiro computador e, enquanto a maioria das crianças tinha interesse em jogar, eu tinha interesse em desenvolver jogos. Isso influenciou na minha vida profissional também, já que trabalho com desenvolvimento de sites”, disse.
A coleção começou a crescer quando Tom conquistou independência financeira, mas apesar da raridade de alguns exemplares, o web designer garante que toda a coleção não passa de R$ 6 mil. “Muita gente não sabe o valor histórico dos games e acabam vendendo por um preço mais barato, sorte a minha”, afirmou.
“Teve videogames que comprei por UR$ 10 ($ 5.) O videogame russo comprei por UR$ 199 ($ 100) e me ofereceram R$ 1.500, mas não vendi. Na maioria das vezes compro pela internet e quando viajo para algum lugar sempre pesquiso se há lojas de games antigos. O trabalho é dobrado para encontrar os jogos das versões antigas”, destacou.
Alguns consoles são tão antigos que não funcionam nas televisões mais modernas, por isso o colecionador teve que comprar um adaptador para a entrada de alguns jogos. “Alguns games só funcionam naquelas televisões de vidro, mas o adaptador resolve esse problema”.
De acordo com ele, apesar de acompanhar e comprar lançamentos de games atuais, a exemplo do PlayStation 3 e do Xbox, sua paixão é mesmo pela “velha guarda eletrônica”. “Apesar dos gráficos serem bem mais arcaicos, eu gosto deles pela nostalgia. Me divirto muito mais com o Atari do que com o PlayStation”, afirmou.
Plano para os games
Prestes a completar 30 anos, Tom Carvalho já encomendou seus próximos presentes: dois videogames alemães. Segundo ele, sua esposa, a arquiteta Karla Carvalho, também gosta dos games antigos. “A gente costuma jogar. Nossa filha vai nascer no mês agosto e espero que, quando ela crescer, goste de videogames também, porque opção não vai faltar”, brincou.
Apesar do anúncio da “herança” eletrônica, por ora o web designer tem outros planos para sua coleção. “Quero montar um museu de videogames antigos em Maceió. Fui convidado para expor meu acervo no AdobeCamp 2013, que vai acontecer nos dias 24 e 25 de maio, em Maceió. Quem tiver interesse em conhecer, é só visitar o stand”, avisou.
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