segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Tirinhas do Zodíaco: Tirinha 14/09

Tirinhas do Zodíaco: Tirinha 14/09

Artigos - Osamu Tezuka, O Deus do Mangá

Osamu Tesuka foi o responsável por dividir a história dos mangás e animês: existe o Antes de Tezuka e o Depois de Tezuka.


Nascido em 3 de novembro de 1928, em Toyonaka, na região de Osaka, Osamu foi criado por bons pais. Teve acesso a uma boa escola e sempre admirou as artes, tanto que seu primeiro desenho de destaque surgiu na infância: Hige Oyaji (Velhinho Bigodudo).

Apesar da boa família, as coisas no Japão não andavam tão bem. O País passava por dificuldades, enfrentava disputas com a China e estava sob um forte regime militar. Para piorar a situação, em 1942 inicia-se o embate contra os Estados Unidos na 2ª Guerra Mundial. Tanto que aqui, já jovem, Osamu Tezuka teve que prestar serviços em fábrica de armamentos, como relata Cristiane Sato, em JAPOP – O PODER DA Cultura Pop Japonesa.

‘Vencendo’ a guerra, Osamu passou a se dedicar à Medicina. Aos 17 anos, ainda estudando a arte de curar os outros, o japonês começa a publicar Ma-chan no Nikki-cho (O Diário de Ma-chan), que eram pequenas aventuras de um menino ingênuo. Com pouco sucesso, Tezuka não desistiu, tanto que logo veio sua obra revolucionária.

Em 1946, logo após o fim da 2ª Guerra, eis que surge Shin Takarajima, ou simplesmente A Nova Ilha de Tesouro. A obra de Tezuka foi baseada no seu antigo amor pelo cinema e teatro. Baseado em longas, Shin Takarajima apresentou-se como o primeiro mangá em storyboard, isto é, apresentava uma sequência semelhante a filme de ação. Assim, o Japão começava enxergar o gênio.

Shin Takarajima estourou, Cristiane Sato relata que 400 mil exemplares foram vendidos somente no seu lançamento. E mais, tornou-se o primeiro mangá best-seller pós-Guerra.

O traço de Osamu

Com o sucesso de A Nova Ilha de Tesouro, o traço do jovem japonês começou a ser reconhecido.  Apesar de não ser considerado um exímio desenhista, a marca de Tezuka foi fazendo escola. Personagens com pés redondinhos, mãos com quatro dedos, olhos ovalados e cabelos espetados.

Esse estilo conquistou primeiramente as crianças, mesmo quando Osamu lançou aventuras de ficção cientifica como Lost World e Chiteikoku no Kaijin.

Kimba, o Leão Branco


Com a fama se erguendo, a chegada da década de 50 fez com que o nome de Osamu fosse fixado no hall dos maiores artistas do mundo. Logo em 1950, Tezuka lança Jyanguru Taitei (Kimba, o Leão Branco) e novamente surpreende os japoneses. A historio do leãozinho trouxe uma carga emocional enorme, fazendo com que adultos também passassem a admirar as obras do japonês.

Ainda produzindo Kimba, em 1952 Osamu Tezuka apresenta ao mundo as aventuras de Astro, um menino-robô criado por um cientista que havia perdido seu filho. Tetsuwan Atomu (Astro Boy) explodiu ainda mais o mercado de mangás. A obra perdurou por mais de 20 anos. Tanto que encantou até os norte-americanos, que estavam acostumados apenas com Mickey.

Tetsuwan Atomu (Astro Boy)


Tesuka queria mais. Não parava de trabalhar um minuto e exigia dos seus companheiros dedicação total. Era um workaholic. Cristiane Sato afirma que essa sede por trabalho e busca pela perfeição acabava atrapalhando o relacionamento de Osamu com outros desenhistas: “Tezuka tinha dificuldades em aceitar o sucesso de concorrentes, seja de outros desenhistas (mesmo ou principalmente quando se tratavam de ex-assistentes seus), seja de estilos de desenho diferentes do seu, predominantemente infantil”.

A vez das meninas

Em 1953, Osamu é convidado para desenhar uma história dedicada as meninas. Fácil, pois eis que surge Ribbon no Kishi (A Princesa e o Cavaleiro). Envolvendo conto de fadas em um ambiente imperial, Tezuka apresentou a história da princesinha que havia nascido com um coração feminino e outro masculino. A personagem andrógina (aparência de ambos os sexos) de cabelinhos espetados serviu de base para outros shonen mangas (dedicado ao público feminino).



Ribbon no Kishi veio para influenciar toda uma geração. Personagens magros, de olhos grandes e cabelos espetados começaram a ser reproduzidos na maioria dos mangás publicados a  partir de 1953.

Animê: mangás na TV

Admirador de Walt Disney, Osamu Tesuka também queria fazer animações, mas isso dependia de muita grana. Foi então que o japonês resolveu vender tudo que tinha para fundar a Mushi Production. A atitude de Tezuka surpreendeu a todos, pois até aquela data, todas as tentativas de criação de desenhos animados não tinham rendido tanto.

A primeira série de animê (o termo começa a ser fixado aqui) foi baseada em um grande sucesso do artista. Osamu levou para a telinha a obra Astro Boy e obteve enorme sucesso instantâneo elaborando um esquema no qual a indústria do animê para TV se fundamenta atualmente.

Para alcançar o sucesso com pouco dinheiro, Tezuka desenvolveu o método limited animation, o qual reduzia ao máximo os custos de produção da animação.

Outro feito do Manga no Kamisama, ou Deus do Mangá, foi também ter sido o primeiro produtor japonês a conseguir exportar uma série de animê . No mesmo ano de lançamento de Tetsuwan Atomu, Osamu foi até os EUA , onde assinou um contrato com a rede NBC, onde sua obra recebeu o nome de Astro Boy. A partir da versão americana, a série correu o mundo e tornou o personagem conhecido mundialmente.

Já em 1965, Jyanguru Taitei (Kimba) estreou na TV do Japão como a primeira série de animê em cores.Mesmo com sucesso obtido com os animês, a empresa de Osamu começou a acumular dividias e ele teve que vendê-la. Com isso, o japonês voltou a dedicar-se exclusivamente aos mangás. Nesse intervalo, que já se encontrava na década de 70, foi lançado Black Jack, Buda e Hi no Tori, que também vivaram sucesso.

O câncer

Já no final da década de 80, Osamu Tezuka passou a sentir enjôos e dores no abdome, e em março de 1988 foi diagnosticado com câncer no estomago. A doença foi mantida em sigilo e ele continuava a trabalhar.



Tezuka resistiu até o dia 9 de fevereiro de 1989, quando aos 60 anos o artista faleceu. Até aqui, ele já havia produzido mais de 150 mil páginas de mangás e participado de 90 animês.

Muitas homenagens foram realizadas para Osamu após sua morte. Ganhou exposições e até um museu. Só não pode acompanhar a polêmica envolvendo “O Rei Leão”, da Disney.  Os estúdios norte-americanos foram acusados de plagiar a obra de Kimba, o Leão Branco. Mas este é outro assunto...

domingo, 25 de dezembro de 2011

Artigo - Pronomes de tratamento japoneses

É comum a presença de expressões como “kun”, “sama”, “chan” entre outras nas conversas de personagens de mangás e animês. Estes termos são nada mais que pronomes de tratamento japoneses. Assim como em qualquer outro lugar, eles indicam respeito e intimidade.

“Kun” é um dos mais populares. Ele indica relação de subordinação principalmente entre homens. O subordinado , que na maioria das vezes é um adolescente ou uma criança, é quem recebe o termo. Curiosidade: o jogador argentino Sergio Aguero, do Manchester City, é chamado de “kun-Aguero” por gostar de mangás.

“Chan” também é muito comum. É usado geralmente entre meninas. Se fossemos adaptar ao Português seria como chamar Maria de “Mariazinha”. Indica intimidade.

Outro pronome muito popular nas produções japonesas é “san” (tenho certeza que lembrou de Daniel-san, de Karatê Kid). Usa-se san para indicar relação de respeito. Geralmente quem recebe o título é um jovem aprendiz.

Daniel-san (Ralph Macchio) e o mestre Kesuke Miyagi (Pat Morita) no filme Karatê Kid

“Senpai” é um pronome de tratamento para pessoas experientes e que exigem grande respeito. É semelhante a “dono”, que é usado para militares. Ainda há o sensei, que é utilizado em respeito aos grandes mestres. Em Naruto é comum a expressão sensei, Kakashi-sensei, por exemplo.

“Sama” segue a classificação de senpai e dono. Aplica-se em citações de pessoas com alto nível social. Em alguns casos refere-se também a uma pessoas amada.

Histórico
De acordo com a pesquisadora Elisa Akiko Maruyama, em sua pesquisa “As forma de tratamento em japonês e português na perspectiva da teoria pragmática da polidez”, as primeiras obras escritas em japonês e que registram as expressões de tratamento, datam do século VIII. A obra que mais consegue expressá-los é a coletânea poética Man’yoshu, compilada provavelmente por volta de 760 do século anterior.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Jogos News - Novos vídeos de Persona 4 Ultimate in Mayonaka Arena

Exatamente como fez a Atlus com King of Fighters, vários vídeos de Persona 4 Ultimate in Mayonaka Arena mostrando combos dos personagens foram publicados. O jogo é uma produção da Arc System Works, responsável pelas séries Guilty Gear e BlazBlue.

São dois vídeos para cada personagem, um mostrando combos em modo padrão e outro revelando suas habilidades quando estão em modo "awakening" - quando está perto de perder toda a energia. É nesse estado que os lutadores podem usar seus ataques mais poderosos.

Ultimate in Mayonaka Arena traz uma nova história que se passa dois meses depois dos eventos de Persona 4. Apesar disso, o jogo, que estreia primeiro nos fliperamas, traz personagens dessa vertente e de Persona 3 (FES). Até agora já foram confirmados Yosuke, Kanji, Chie, Yukiko e o protagonista de Persona 4, antes sem nome, mas que agora se chama Yu Narukami, além de Aegis, Akihiko e Mitsuru, de Persona 3 FES.

O game tem lançamento confirmado para o segundo trimestre de 2012 nos arcades japoneses e terceiro trimestre nos consoles. Confira os vídeos abaixo:

 

Yukiko
  
Kanji

Yosuke

Jogos News - Sorento e Kanon em CDZ do PS3

Após Dohko e Jabu, o game Saint Seiya - Sanctuary Battle vai ganhar mais dois personagens extras no Japão. Eles são Sorento de Sirene e Kanon de Dragão Marinho, dois Generais Marinhos da saga conhecida como Poseidon.

Os lutadores extras são mais do que convidados especiais, já que, originalmente, eles não participam da saga do santuário, retratada no jogo. Os extras saem em breve no Japão e ainda não estão previstos para o Ocidente.

Saint Seiya - Sanctuary Battle é exclusivo de PlayStation 3 e, como o nome sugere, é baseado no clássico manga e anime Cavaleiros do Zodíaco, de Masami Kurumada, exibido originalmente no Brasil pela extinta Rede Manchete.

O título chega em fevereiro na Europa.



quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Artigo - A origem do mundo pela mitologia japonesa

 Aqui, iremos comentar sobre a história da formação do Japão segundo a mitologia, isto é, de acordo com os deuses. Essa versão foi relatada em um documento datado de 752 d.C chamado de Registros dos Assuntos Antigos, ou simplesmente, Kokiji. Também consultamos um trecho do livro Os Japoneses, da brasileira Célia Sakurai.

De acordo com o Kokiji, existiam cerca de 8 milhões de deuses na Antiguidade. Não havia nada nas terras asiáticas, somente um imenso mar desabitado. Até que um dia qualquer os deuses resolveram trabalhar e criar o mundo e esse trabalho foi dado a Izanagi e Izanami. Estes, considerados os deuses mais bonitos, fortes e poderosos.

Representação de Izanagi e Izanami


Izanagi (lê-se Izanagui) era o homem. Segundo Sakurai, ele possuía uma longa barba e ainda um enorme cabelo. Vestia-se com um manto escuro. Já Izanami era uma linda deusa que usava vestido branco e possui madeixas até os ombros. A tarefa deles era casar e gerar belos filhos, pois segundo os deuses maiores eles tinham capacidade para isso.

E lá se foi o belo casal. Passeando pelo arco-íris, Izanami começou a revirar a água com uma imensa espada que carregava e então a espuma começou a formar as primeiras terras do inabitado mundo. Já que as nuvens estavam monótonas, resolveram desce até a terra recém-formada.

Chegando lá, a jovem deusa teve a iniciativa de pedir Izanagi em casamento. Ele aceitou. Eis que vieram os primeiros filhos, não belos como havia anunciado os deuses, mas sim, duas aberrações, que são rejeitadas. Triste, o jovem casal voltou para o lugar de onde tinham partido para questionar os deuses sobre seus primeiros filhos.

A razão para a geração de monstros foi a seguinte: o homem que devia ter pedido a mulher em casamento, não o contrário, como aconteceu. Entao, os jovens deuses resolveram voltar até a terra e Izanagi pediu Izanami em casamento, proposta que foi aceita rapidamente.

Após esse episódio, belas coisas começaram a surgir. Florestas, mares e até mesmo as lindas cerejeiras do Japão. Surgiram os animais e os primeiros seres humanos. Tudo pela união de Izanagi e Izanami. Até nasceu o deus do fogo dessa relação deixando a mãe muito debilitada e morrendo (Célia Sakurai lembra que os deuses são mortais, segundo a mitologia japonesa) pelas próprias chamas do filho.

Enlouquecido com a perda, Izanagi promete ir buscar sua amada nas profundezas daquele mundo. Foi até as trevas então. Enfrentou monstros e desafios. Encontrou Izanami, mas não conseguiu trazer sua esposa novamente. Para evitar a saída dos males das trevas, o jovem deus lacrou o local com uma pedra que nem “10 mil homens conseguiriam mover”e proclamou “Adeus! Está tudo terminado entre nós”.Para se livrar das marcas das trevas, Izanagi banhou-se nos mares de Kyushu (região sul do Japão, onde fica Nagasaki). Neste momento, surge o novo deus Susanoo da tempestade, diretamente das águas do nariz de Izanagi (que estranho). Ainda nascem também da lágrima do viúvo, o deus da lua, Tsuki no Kami, e do seu olho esquerdo, Amaterasu, a deusa do sol.

Já cansado, Izanagi anuncia: “Agora é sua vez, pobre pequena”, Começava ali a saga de Amaterasu, responsável pela formação do Japão. Esse capítulo a gente conta mais adiante…

Tirinhas do Zodíaco: Tirinha 12/09

Tirinhas do Zodíaco: Tirinha 12/09

Anime News - A morte de Shingo Araki

Os deuses do Olimpo aguardam a chegada de um cara que fez alegria de todo um mundo. Morreu nesta semana o designer e diretor de animação Shingo Akari. O japonês foi responsável pela adaptação da obra Cavaleiros do Zodíaco para as telinhas, isto é, ele fez Seiya e sua turma sair dos mangás para os animês.

Uma das principais mudanças feitas por Shingo Akari foi na armaduras. Ele as projetou de forma que um dos itens que marcam mais a série tivesse mais movimento. O japonês também trabalhou em outras séries de sucesso como Yu-Gi-Oh! e Lady Oscar (A Rosa de Versalhes).

Um artista singular e de muita personalidade em seu traço, uma enorme perda para  mundo dos otakus.

Shingo morreu aos 73anos. Confira este vídeo onde o japonês mostra seus dotes como desenhista: